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Anjo do Senhor

Lá estava Lucas, se preparando para entrar como um anjo, apenas trajando um vestido branco, duas asas e uma auréola. E, olhando para os seus pés, foi aí que pensou:

Se desejo realmente conquistar uma vaga na carreira do teatro, tenho que mostrar que estou preparado para atuar, independente das circunstâncias.

Assim que chamaram o nome do rapaz, Lucas sobe ao palco, completamente nu, para a cena em que transmite conselhos ao apóstolo Mateus, interpretado por seu amigo Daniel. Este, ruborizado, evita olhar as partes íntimas de seu amigo, por vezes sem sucesso.

Lucas se aproxima de Daniel, e então proclama:

– Matheus, não duvide da benevolência de nosso Senhor.

Daniel olha para a plateia, que só tem olhos para o anjo, (incluindo o professor), e exalta, com as mãos levadas para o alto:

– “Vede, não desprezeis a nenhum destes pequeninos; pois eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêm a face de meu Pai, que está nos céus.”

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O rapaz do trem

Estava passando pelos vagões, quando um rapaz me chamou atenção. Ele estava sentado sozinho na poltrona e lendo um livro, ao passo que realizava anotações em seu caderno sobre a mesa. Seu rosto era de um semblante angelical, tranquilo e quieto, com olhos claros envoltos à leitura, de uma aparência tão jovial que quase me remetia a de um estudioso prodígio. Ao sentir minha presença, interrompeu sua leitura, e automaticamente me esquivei, seguindo caminho até o toalete.

Chegando lá, joguei minhas roupas sobre o balcão. Havia um pequeno local de banho com dois chuveiros apenas, que estavam vazios. Comecei a me ensaboar, e a visão daquele rapaz não me saíra da cabeça. O que deveria estar lendo? Para onde seus pensamentos o levavam?

Não demorou muito, até que o barulho de uma porta se abrindo ecoou pelo recinto. Alguém o adentrara e, como os chuveiros ficavam de frente para a pia e o espelho, me virei de costas, a fim de evitar constrangimentos. A pessoa estava de costas para mim, pelo visto estava ali só lavar as mãos e o rosto. Foi quando me virei disfarçadamente para ver quem era: o jovem leitor. Notei que ele olhava discretamente meu reflexo pelo espelho, como se estivesse ansiando por algo. Não resisti e logo virei de frente para o espelho, como que distraidamente. Foi quando ele parou de espiar de momento, passando a fixar o olhar num ângulo específico, que mirava diretamente meu pinto. Ao perceber isso, senti um tesão que foi me deixando duro. Isso deixou seus olhos ainda mais claros e arregalados, suas bochechas rosadas e levemente boquiaberto. Ele não se conteve, e acabou se retirando.

– Pôxa, espero não ter criado uma situação chata…

Continuei meu banho de pau duro mesmo. Não conseguia deixar de pensar na situação que acabara de acontecer em minha primeira viagem de trem.

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Mão amiga

Era uma noite de frio, quando resolvi me sentar na pracinha do colégio com um amigo. Poucas pessoas passavam por ali, e só havia um sujeito mais ao fundo, em outro banco distante. 

– Tá tão frio aqui…

– Você quer que eu te aqueça? – Cristiano respondeu com seu olhar meigo.

Peguei a mão dele e enfiei na minha cueca. Meu cacete estava encolhido naquele frio, mas logo se animou ao ser abraçado por uma mão de homem. Cristiano entendeu o recado e começou a alisar, na broderagem. O espaço ficou apertado para a mão dele e minha rôla crescente, então, discretamente, foi começando a sair para tomar um ar. 

– Cristiano, e se…

– Relaxa, ninguém vai ver, deixa ele sentir um pouco de liberdade…

O tesão era tanto, que já não sabia dizer se o moço ao fundo nos observava, ou só continuava ali, distraído. Só sei que estava muito bom sentir aquela mão quentinha subindo e descendo, gerando calor no meu cacete já tão rígido e pleno.

Algumas pessoas iam se aproximando. Cristiano colocou a mochila por cima.

– Nossa, foi por pouco, cara. – Respondi assustado. – Pior que agora, não consigo sair daqui desse jeito.

Imediatamente, Cristiano amaciou sua mão com velocidade, esquentando meu mastro, até jorrar a fonte. Uma gotinha de gala respingou na grama do lado, enquanto o resto ele protegeu com suas mãos de fado. Eu disfarçava com uma cara de distração, enquanto a seiva quente ainda escorria por sua pele. O puto olhou para o estrago que fez, com a mão toda cheia de leite. Eu ofereci meu casaco para limpar, mas ele recusou, limpando tudo com a própria língua. Foi um gesto muito carinhoso da parte do meu parça, fiquei lhe devendo uma.